
Você cuida de seu filho com todo amor, tanto amor que em alguns momentos sacrifica suas vontades para satisfazer as dele. E, de repente, descobre que ele pratica a automutilação.
Você não entende o porquê, acha que ele tem uma vida maravilhosa e livre de razões para tal prática. Angustia-se, fica confuso (a), desorientado (a) e não sabe o que fazer.
A primeira verdade que preciso te contar é que a dor de um adolescente que se automutila é imensa e, na maior parte dos casos, envolve grande sofrimento emocional. Este adolescente busca na dor do corpo uma justificação para a dor emocional que experimenta,
Ou seja, as lesões não são praticadas para chamar a atenção, são uma forma de controlar as emoções, as ansiedades, a raiva, a sensação de vazio, etc. Elas são indícios de que o adolescente passa por um grande conflito interno.
A dor, na verdade, é emocional e a pessoa a manifesta fisicamente através da automutilação, afim de aliviar-se.
A descoberta é difícil, mas é fundamental que você mantenha a calma porque reagir com pânico e desespero poderá agravar ainda mais a sensação de aflição de seu filho. Também ordenar que pare com o processo não ajudará, visto que neste momento ele não consegue simplesmente controlar-se.
ENTÃO, O QUE FAZER?
Confira abaixo algumas dicas:
– Retire de seu alcance objetos com os quais ele possa ferir-se;
– Escute seu filho, procure se inteirar do que o está preocupando;
– Demonstre interesse pelo que ele pensa e o que sente, deixando-o confortável para abrir-se (mas sem obrigá-lo);
– Pense sobre o que pode estar acontecendo. Muitas vezes tal comportamento está diretamente ligado a carências familiares;
– Não deixe de buscar o auxílio de um profissional qualificado para que seu filho possa aprender estratégias de regulação emocional que substituam a automutilação.
Este profissional estará capacitado a ajudá-lo a compreender as razões de seu comportamento e a reconciliar-se com o corpo, limitando os danos possíveis.
Por fim, esteja disponível e disposto a passar essa fase difícil juntinho de seu filho.
Ele precisa muito de você, pois a automutilação é um grito de socorro!
Abraço!
FABIANA BARBOZA – PSICÓLOGA
CRP: 05/39149